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2017

Tachigali spathulipetala L.G. Silva, L.J.T. Cardoso, D.B.O.S. Cardoso & H.C. Lima VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 13-10-2015

Criterio: D2

Avaliador: Raquel Negrão

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: Leandro Jorge Telles Cardoso

Analista(s) SIG: Fernanda Wimmer

Especialista(s): Leandro Jorge Telles Cardoso


Justificativa

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, ocorre em faixa altitudinal estreita entre 1100 m e 1300 m na região serrana do Rio de Janeiro (Silva, 2007; Silva et al., no prelo). Apesar de localmente frequente (Silva, 2007; Silva et al., no prelo), apresenta distribuição restrita (AOO= 20 km²) e três situações de ameaça, considerando os registros conhecidos na região da Reserva Ecológica Municipal de Macaé de Cima (Nova Friburgo), no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis) e na Reserva Biológica do Tinguá (Nova Iguaçu). São ameaças potenciais à espécie: a expansão urbana observada na região de Macaé de Cima (Mendes, 2010; Silva, com. pess.) e a expansão da pecuária na região da Reserva Biológica do Tinguá (MMA/IBAMA, 2006), considerando sua ocorrência em trechos de vegetação secundária em estágio médio ou avançado de regeneração, geralmente nas bordas dos fragmentos, onde essas ameaças são mais frequentes (Silva, com. pess.).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Tachigali spathulipetala L.G.Silva, L.J.T.Cardoso, D.B.O S.Cardoso & H.C.Lima;

Família: Fabaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie nova (Silva, 2007; Silva et al., no prelo). Árvore de até 22 m de altura e chegando a ca. de 60 cm de DAP. Difere das espécies mais próximas (T. pilgeriana e T. beaurepairei) por possuir domácias na base dos folíolos, que manifestam-se como duas cavidades na face abaxial próximo a nervura central e duas calosidades no mesmo ponto da face adaxial. Além disso, possui pétalas espatuladas, característica única nesse grupo de espécies (Silva, 2007; Silva et al., no prelo).

Dados populacionais

Apenas três subpopulações conhecidas (Tinguá, PARNA da Serra dos Órgãos e Reserva Ecológica de Macaé de Cima), todas separadas entre si, em menor ou maior grau, por zonas antropizadas (rodovia, pastagem, vilas ou cidades) (Silva et al, no prelo).

Distribuição

Distribuição conhecida somente para o Estado do Rio de Janeiro (Silva, 2007; Silva et al., no prelo), na região da Reserva Ecológica Municipal de Macaé de Cima (Nova Friburgo), Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Teresópolis) e Reserva Biológica do Tinguá (Nova Iguaçu).

Árvore terrícola, perene, conhecida até o momento apenas para uma faixa altitudinal estreita entre 1100 m e 1300 m na região serrana do Rio de Janeiro, região onde predomina a Floresta Ombrófila Densa Montana, fitofisionomia do Bioma Mata Atlântica. Ocorre ocasionalmente em áreas de vegetação secundária, porém geralmente localmente abundante, tanto em indivíduos adultos quanto regenerantes (Silva, 2007; Silva et al., no prelo).

Ecologia

Reprodução

Registrada em flor nos meses de Janeiro (H.C. Lima et al., 6843, 6849; J.E. Meireles & F. Filardi, 570), Fevereiro (H.C. Lima & J.E. Meireles, 6863; H.C. Lima et al., 6864) Agosto (C.M.B. Correia et al., 46). Espécimes em fruto foram registrados nos meses de Fevereiro (H.C. Lima & J.E. Meireles, 6863), Maio (H.C. Lima et al., 3761) e Agosto (C.M.B. Correia et al., 46) (Silva, 2007; Silva et al., no prelo).

Ameaças

1.1 Housing & urban areas
Stress 1.2 Ecosystem degradation
Incidência local
Severidade low
Detalhes Devido à beleza cênica e ao elevado estágio de preservação da Mata Atlântica, a região de Nova Friburgo tornou-se um lócus de atração turística, e como consequência, houve uma substituição das atividades agropecuárias por atividades vinculadas ao turismo (Mendes, 2010). A expansão de áreas antropizadas, como estradas de acesso, sítios, vilas ou áreas urbanizadas podem levar a degradação dos ecossistemas locais em médio ou longo prazo na região de Macaé de Cima (Cardoso, com. pess.). A espécie tem características de habitar trechos de vegetação secundária em estágio médio ou avançado de regeneração, ou seja, geralmente nas bordas dos fragmentos (Cardoso, com. pess.). Geralmente essas ameças (expansão urbana e pecuária) são mais frequentes nessas áreas de borda (Cardoso, com. pess.).

2.3 Livestock farming & ranching
Stress 1.1 Ecosystem conversion
Incidência regional
Severidade high
Detalhes Áreas são comumente utilizadas para as atividades agropastoris, tanto no interior quanto nos arredores da Reserva Biológica do Tinguá (MMA/IBAMA, 2006). As Florestas Ombrófilas Densas de baixada ou de Terras Baixas (até 250 m de altitude) das proximidades da Rebio foram totalmente suprimidas para dar lugar a pastagens e monoculturas, e hoje estão reduzidas a menos de 7% de sua cobertura original (Carvalho et al., 2006).

Ações de conservação

1.2 Resource & habitat protection
Situação: needed
Observações: Ampliar Unidades de Conservação existentes e criar novas áreas protegidas, como Parques e Reservas Particulares do Patrimônio Natural, pode reduzir ou mesmo cessar a degradação dos ecossistemas locais e a expansão de áreas antropizadas.

2.3 Habitat & natural process restoration
Situação: needed
Observações: Iniciativas de restauração florestal podem ajudar a recuperação dos trechos degradados dos ecossistemas locais.

Usos

Referências

- Mendes, S.P., 2010. Implantação da APA Macaé de Cima (RJ): um confronto entre a função social da propriedade e o direito ao meio ambiente ecologicamente preservado. V Encontro Nac. da Anppas, Florianópolis, SC.

- MMA/IBAMA. 2006. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Tnguá. Brasília.

- Silva, L.F.G, Cardoso, L.J.T., Cardoso, D.B.O.S. & Lima, H.C. (no prelo). Tachigali spathulipetala, a New Caesalpinioid Tree Species (Leguminosae) from the Brazilian Atlantic Forest. Systematic Botany.

- Silva, L.F.G. 2007. Taxonomia de Tachigali Aublet (Leguminosae Caesalpinioideae) na Mata Atlântica. Dissertação de Mestrado. Escola Nacional de Botânica Tropical, Rio de Janeiro. 95p.

Como citar

CNCFlora. Tachigali spathulipetala in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2017.1 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tachigali spathulipetala >. Acesso em .


Última edição por Raquel Negrão em 22/10/2015 - 13:35:32